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sexta-feira, fevereiro 22

CANÇAO NA PLENITUDE

Canção na plenitude

(Lya Luft)

Não tenho mais os olhos de menina nem corpo adolescente, e a pele translúcida há muito se manchou.Há rugas onde havia sedas, sou uma estrutura agrandada pelos anos e o peso dos fardosbons ou ruins.(Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.)
O que te posso dar é mais que tudoo que perdi: dou-te os meus ganhos.A maturidade que consegue rir quando em outros tempos choraria,busca te agradar quando antigamente quereria apenas ser amada.Posso dar-te muito mais do que beleza e juventude agora: esses dourados anos me ensinaram a amar melhor, com mais paciência e não menos ardor, a entender-te se precisas, a aguardar-te quando vais,a dar-te regaço de amante e colo de amiga,e sobretudo força — que vem do aprendizado.Isso posso te dar: um mar antigo e confiável cujas marés — mesmo se fogem — retornam,cujas correntes ocultas não levam destroços mas o sonho interminável das sereias.
O texto acima foi extraído do livro "Secreta Mirada", Editora Mandarim - São Paulo, 1997, pág. 151.

segunda-feira, fevereiro 18


Porque danço a meio do dia. porque abro os olhos num sorriso imenso para o mundo. porque choro. porque me provo. porque erro. porque espero sempre alguém. porque sonho sempre de olhos abertos para o futuro. Porque sou inteira quando te amo. Porque sou absoluta. Porque sou cavalo selvagem. porque sou a liberdade na flor. porque sou a presa fácil do amor. porque sou assim. apenas eu. apenas sonho. nuvem de fantasia. porque sou toda em ti. porque nada deixo para mim. porque me abraço. porque tenho frio. porque me acaricio. porque tenho fome. de ti. porque me olho ao espelho. e não te vejo. porque rodopio sozinha a meio do dia. porque sonho. Sempre. muito.