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quarta-feira, setembro 13
Hoje mais velha.
Ainda quero ser pedra. Pela dureza de que são feitas. Porque não se partem. Como eu que me lasco um pouco mais em cada queda. Já não quero ser poeta. Os poetas conhecem bem demais a textura das lágrimas.
Hoje mais velha.
Talvez ainda escritora. O sonho dos sonhos. Porque ainda me conto estórias para adormecer nos dias maus.
Ainda quero ser pedra. Pela dureza de que são feitas. Porque não se partem. Como eu que me lasco um pouco mais em cada queda. Já não quero ser poeta. Os poetas conhecem bem demais a textura das lágrimas.
Hoje mais velha.
Talvez ainda escritora. O sonho dos sonhos. Porque ainda me conto estórias para adormecer nos dias maus.
Coisas
Coisas simples para fazer alguém feliz. O som de uma música que torna os nossos pés efervescentes, com vida própria, a viajarem dentro de si mesmos na descoberta da alegria. O som dos pássaros e o sol a adormecer lá longe, no horizonte. A areia da praia a escorrer nos dedos e os pés dentro do mar quando o calor se faz sentir. Coisas felizes para abençoar a alma. Um livro para devorar, para nos manter acordados pela madrugada fora, um riso fácil a preencher os nossos silêncios, um caminho difícil que no fim valeu a pena. A beleza de cada manhã, cheia de novidades e promessas para encontrar e descobrir, em ziguezague. Porque a vida nunca poderia ser em linha reta pois não? Discutir mas fazer depois as pazes. Rir por algo que nem sabemos bem o que é. Coisas que nos aquecem o coração. Uma chávena de chá e uma lareira acesa. O ronronar do gato e o cheiro a pão acabado de fazer. Uma nova história. Coisas que não são apenas coisas. São a nossa identidade quando nos sentimos prestes a perder o chão. Como se o mundo nos quisesse engolir. O mundo é o bicho papão e quer-nos devorar. Vou-me agarrar às coisas, pequenas, ínfimas, partes de mim para não esquecer quem fui, quem sou. Para construir e reconstruir a alegria sempre que ela me quiser fugir.
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