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segunda-feira, abril 27


Ele era como uma erva daninha. Eu cortava, ele crescia de novo. Eu cortava, ele crescia mais forte, tomava conta de tudo. Até quando, eu pergunto. Será carma, falta de amor próprio, amor não correspondido, amor vencido ou... qualquer coisa que não valha?
Nada é tão contemporâneo quanto Caio e, talvez, angustiante. Quando estou me sentindo à deriva, recorro a Caio, ele sempre tem algo mais angustiante que a minha angústia, mais ácido do que meu humor, mais dolorido do que o meu amor.
Estou apaixonada por Caio... Ele me acompanha nas madrugadas, regadas à insônia, cerveja, vinho, solidão. E quando amanhece, a ressaca não é tão pesada quanto o que guardo por dentro. O dia vem, assim, como outro... Vou me suportando, me portando... portanto.

**Segue muitos trechos de Caio Fernando Abreu.**
Deixa eu te dizer antes que o ônibus parta que você cresceu em mim de um jeito completamente insuspeitado, assim como se você fosse apenas uma semente e eu plantasse você esperando ver nascer uma plantinha qualquer, pequena, rala, uma avenca, talvez samambaia, roseira, mas nunca, em nenhum momento essa coisa enorme que me obrigou a abrir todas as janelas, e depois as portas, e pouco a pouco derrubar todas as paredes e arrancar o telhado...

Caio Fernando Abreu