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quinta-feira, março 3



''Como doem as perdas para sempre perdidas,

e portanto irremediáveis,

transformadas em memórias iguais pequenos paraísos-perdidos.''

**Caio Fernando de Abreu
Dedico este texto ao meu amigo Jorge,

"Há pessoas que nos fazem voar. A gente se encontra com elas e leva um bruta susto. Primeiro, porque o vento começa a soprar dentro da gente, e lá, de cantos escondidos de nossas montanhas e florestas internas, aves selvagens começam a bater asas, e a gente não sabia que tais entidades mágicas moravam dentro de nós, e elas nos surpreendem, e nós nos descobrimos mais selvagens, mais bonitos, mais leves, com uma vontade incrível de subir até as alturas, saltando, saltando de penhascos, pendurados numa asa-delta sem medo de cair."
(Rubem Alves)
"Sinto o vento trazendo bons fluídos, boas novas. Por hora, passou o tempo das tempestades internas, das procuras incessantes, da busca constante para ser aceita. Estou mais perto de mim e sinto que dessa vez com mais calma. O olhar pra dentro faz milagres permanentes, ando respirando preces diárias."

(Denise Portes)



"Às vezes, quando tudo dá errado acontecem coisas tão maravilhosas que jamais teriam acontecido se tudo tivesse dado certo."


( Autor Desconhecido )

"... Os encontros mais importamtes ja foram combinados pelas almas antes mesmo que os corpos se vejam..."


(Paulo Coelho)



"Como a vida é maravilhosa

Agora que você está no mundo!"

A árvore, quando está sendo cortada, observa com tristeza que o cabo do machado é de madeira. (Provérbio árabe)
"Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo que um preconceito!"

(Albert Einstein)



terça-feira, março 1





MULHER DA RUA...

Jorge Bichuetti


Na rua, segue sorrindo,

a mulher de vida triste;

que labuta na noite

o pão mingüado e vazio.


Ela, de lábios pintados,

salto alto, sensual,

oculta as dores vivdas

e o seu vazio existencial...

Todos a renegam.

Ninguém a vê com doçura;

uns a querem abelhas,

para o mel sugarem

e, depois, as deixarem

sem chão e sem colméia...

Outros, não a enxergam

e ela segue anônima

carregando as desvalias

dos homens que ardem,

mas não sabem na vida

existir e amar...

Elis Regina and Tom Jobim performing "Aguas de Março"

ene

Eu caminho, desequilibrada, em cima de uma linha tênue entre a lucidez e a loucura.

Clarice Lispector




Abraçe a sua loucura antes que seja tarde demais.

Caio Fernado Abreu



                                                                   Vagar, voar, brilhar...

Bailar, cantar, amar...

Uma rede de balança,

um beijo ao luar...

Na, grama, um descanso;

na lua, um louco sonhar...

Somos borboletas e somos

a vida errante;

um experimento da alegria,

que se viu de nós afastada

pela fuligem das cinzas,

ali, depositadas,

pelo vulcão das nossa dores...

E neste perambular

nos tornamos, de novo,

borboletas entre flores...



Jorge Bichuetti (Blog: Utopia Ativa)





Ai esta dor no meu peito que não acaba nunca...

Clara

segunda-feira, fevereiro 28






Primeira Carta Para Além dos Muros


A única coisa que posso fazer é escrever - essa é a certeza que te envio, se conseguir passar esta carta para além dos muros. Escuta bem, vou repetir no teu ouvido, muitas vezes: a única coisa que posso fazer é escrever, a única coisa que posso fazer é escrever."
Caio Fernando Abreu






"Ás vezes é preciso dormir, dormir muito. Não pra fugir, mas pra descansar a alma dos sentimentos. Quem nasceu com a sensibilidade exacerbada sabe quão difícil é engolir a vida. Porque tudo, absolutamente tudo devora a gente. Inteira."


Marla de Queiroz



”Tem uma felicidade mansa por dentro, devagarinho. A casa bonita. Os dias bonitos. A roseira bonita. E pessoas novas (tem coisa melhor que gente?). Guardo o meu amor por dentro. É precioso. Precioso, delicado. (…) As coisas vão dar certo. Vai ter amor, vai ter fé, vai ter paz – se não tiver, a gente inventa.”


Caio Fernando Abreu

Todas as paixões nos levam a cometer erros, mas o amor faz-nos cometer os mais ridículos.




"Um dia uma folha me bateu nos cílios. Achei Deus de uma grande delicadeza."


(Clarice Lispector)



domingo, fevereiro 27


Coloquei minhas mágoas dentro de um saco, mas não as levei nas costas, por causa do peso delas. Deixei-as amontoadas num canto, até serem levadas pelo vento (que aprendi que vem com o tempo). Porque as coisas ruins devem ficar adormecidas num asilo próprio para emoções já cansadas. Passei dias e noites treinando as minhas saudades, para que elas não me desmoronassem na frente dos outros. Para que elas se equilibrassem no meio fio e não me fizessem voltar atrás para buscá-las. Do meu riso, fiz companheiro fiel, que me acompanha e me abre os caminhos. Fiz chá de estrelas e sossego pra me tirar da testa as rugas - aquelas da insatisfação. Depois provei da água da serenidade e virei criança de alma. Pus emplastro poderoso nas feridas, que com o tempo pararam de doer e só são lembradas nas missas de sétimo dia. Adocei os olhos com colírio de adeus, para que eles se preparassem e se acostumassem com o tapete vermelho do futuro que se estende a minha frente. E fui me despedindo de tudo aquilo que poderia ter sido e não foi.


Cris Carvalho