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quarta-feira, julho 2

A ESPERA É DOCE...

Sabias, se me escutasses, que aguardo o mês de agosto com a ansiedade da guerreira na hora da batalha ou o desassossego da adolescente antes do grande encontro; como se tivesse estado de joelhos, durante toda a noite, atenta ao murmúrio do oráculo e fosse agora o momento de desvendar o enigma.
Sabias, se me adivinhasses, de uma existência mais do que escrita nas folhas de um caderno ou de um palavrear de insatisfação em linhas curvas; como se as palavras fossem eu e quisessem vida depois de anos amarradas aos cabelos da esfinge, exposto agora o desejo à nudez do amanhecer.

Sabias, se me visses, do viço dos rebentos em vésperas da floração, ou da energia de uma estrela mal pousada no espaço, a querer abraçar a terra; como se o romance não tivesse ainda começado mas o seu halo já pairasse por cima da pose inquieta e do fogo a arder nos lábios.

domingo, junho 29

ENCANTAMENTO


O rio renasceu aos meus olhos depois de desaguar o meu encantamento num abraço aos seus.

PESSOAS NÃO MORREM...


"As pessoas não morrem, ficam encantadas"

Guimarães Rosa

FINA FORMA DE AMAR

Silêncio Amoroso
Preciso do teu silêncio

cúmplice sobre minhas falhas.

Não fale.Um sopro, a menor vogal pode me desamparar.

E se eu abrir a boca minha alma vai rachar.

O silêncio, aprendo, pode construir.

É um modo denso/tenso - de coexistir.

Calar, às vezes, é fina forma de amar.


ROSA

Foi o tempo que investiste em tua rosa que fez tua rosa tão importante

CENTENÁRIO DE GUIMARÃES ROSA

"Felicidade se acha é em horinhas de descuido"

ARCO-IRÍS


Quieta. Foto a preto e branco porque são estas as cores do meu silêncio.

Não há tesouros escondidos no fim do arco-íris.

Hoje já nem sequer descortino arco-íris no meu céu.

Por isso continuo, quase sem me mexer, para ver se o silêncio não me toca.

Não me desgasta. E não me devolve a verdade.

É quase que como se a outra parte de mim fosse gostar de ti.

Como se existisse em mim uma outra parte que continua, miraculosamente, a amar-te.
Ainda e, apesar de tudo, sem saber o porquê.

Quietude silenciada.

Os teus lábios nos meus.

O tesouro no fim dos meus arco-íris.

Já não há arco-íris no meu céu.

Só chuva. Sem sol.

AQUILO QUE EU NUNCA TE DIREI...