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sábado, agosto 28


"Dizem que o amor se faz de uma comunidade de interesses subterrâneos, restos de vozes, hábitos que nos ficam da infância como uma melodia sem letra, paixões pisadas na massa funda do tempo, mas nesses anos entre guerras, os sentimentos explicados não interessavam a ninguém. O amor era então uma criação fulminante do tédio e da inocência, feito do carnal recorte da beleza, magnífico de crueldade. Amei-te de repente, com a luminosa injustiça que me afastou de todos os que me amaram por me serem semelhantes."


(Inês Pedrosa)




Para ver você feliz, escrevo dias ensolarados. Espalho aquarela para pintar o céu com cores favoritas. Troco luneta. Faço caleidoscópio para observar estrelas e inventar constelações de meio-dia. Para ver você feliz penso em planos mirabolantes para camuflar pequenas surpresas nas inevitáveis rotinas. Para ver você feliz, te distraio com realidades fantásticas enquanto os furacões da vida normal passam. É só isso que posso fazer. Tempo ruim é meteorológico e se você conseguir enxergar esperança, até a chuva tem sua sombra feita de arco íris.




"Faz de conta que o céu tá bonito, que a saudade é pequena e que a fé é muita. Faz de conta que a dor foi-se embora. Faz de conta que ama e que é amada. Faz de conta que nada mais sangra, que o sonho não acabou e que o riso é constante. Faz de conta que num piscar de olho a gente constrói o que a gente quiser. Faz de conta que o amor é tanto que corre das veias e chega a sobrar. Faz de conta que a inocência ainda existe e tá pertinho da gente. Faz de conta que as pessoas que a gente gosta apareçam em sonho. Faz de conta que o fio da vida é longo e que nele cabe a eternidade. Faz de conta que as cantigas ocupam o lugar do choro. Faz de conta que a gente consegue desatar os nós de marinheiro que a vida dá. Faz de conta que não é preciso inventar."

quarta-feira, agosto 25



"(...) e entendeu que os milagres mais bonitos aconteciam por dentro."
"A coragem não vem depois. A coragem vem antes ou não vem.


O que é imenso é estreito. O que é infinito fecha. Até o oceano tem becos e ruas sem saída. Até o oceano."



(Fabrício Carpinejar)




"Eu quero te dizer que já faz tempo que a minha magia não funcionava e que os meus olhos não brilhavam tanto, e que foi só você chegar pra que tudo voltasse a crescer e eu recuperasse esse fôlego de jovem que toma água da fonte, mas tenho que te confessar também que morro de medo de te dizer essas coisas tanto quanto morro de vontade de te dizer tudo isso e mais agora mesmo. Eu quero te levar adiante, e quero te dar todo o valor que te cabe. Quero te sentar nos lugares que você merece sentar-se e te dar o cuidado e o respeito que você merece, quero aprender a decifrar todas esses teus enigmas cinzas e coisas que você me diz e que me deixam forte, forte, forte – e fraca de tanto querer. Quero que você perceba que abri espaço agora, e que você pode se acomodar e ficar até o dia que eu não vou me atrever a dizer qual é. Todos dormem já. Só em mim que a saudade não dorme. E quase me esqueço, um pedido que quero fazer: Confia em mim. Me dá a mão bem forte e pula comigo daqui."