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"Aquele que o meu coração ama
ergueu-se do meu leito e nele esqueceu
as repetidas promessas de um regresso
em que aos meus olhos ensinaria
a única maneira de esconder
o prenúncio de invisíveis desertos
aquele que o meu coração ama
afogou em noites de leite e mel
o rasto dos oásis que
teciam a sede do desejo no meu peito
e bebeu neles as horas de um destino que
me acenava de muito longe
aquele que o meu coração ama
partiu às cegas sem descobrir
as húmidas palavras que se espalham
à sombra dos ciprestes
contando os minutos que faltam
para a vertigem do corpo onde o aguardo"
Alice Vieira
" Tinha um amor, e o amor
a cada dia amava-o sem usar menos
que isso: amá-lo. Imaginou, porém,
que pudesse mais que o ofertado,
mais que, devagar, ser a fortuna
de um mistério às claras. Decidiu: ir
ao coração, ao umbigo imaginado
do sentimento. Mais e mais era
o seu desejo. E do que empreendera
obteve tudo. Mas tudo por ironia,
era menos que menos: amor morto,
tripas, fábula sem serventia.
Eucanaã Ferraz - cinemateca
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