Pesquisar este blog

sexta-feira, agosto 15

ANTES DE AMAR-TE


Antes de amar-te, amor, nada era meu

Vacilei pelas ruas e as coisas:Nada contava nem tinha nome:O mundo era do ar que esperava.

E conheci salões cinzentos,

Túneis habitados pela lua,

Hangares cruéis que se despediam,

Perguntas que insistiam na areia.

Tudo estava vazio, morto e mudo,

Caído, abandonado e decaído,

Tudo era inalienavelmente alheio,

Tudo era dos outros e de ninguém,

Até que tua beleza e tua pobreza

De dádivas encheram o outono.

(Pablo Neruda)

Nenhum comentário: