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sábado, agosto 30

MARIONETE


Sou marioneta presa aos fios de nylon dos teus dedos. Comandas-me a


uma distância que os números não conhecem.È meu dono e dos meus


dias. De todos os dias em que me faz falta, de todos os segundos em que penso em você.


Pesa-me a ausência do que quase fomos, de todas as vezes em que


acabamos descaradamente os desencontros. Olho para trás e vejo um


ano sofrido de almas feridas por verdades choradas entre quatro paredes


de um qualquer quarto de hotel. Olho para trás e vejo um ano luminoso


porque, apesar de todas as incontáveis vezes que nos declinámos,


percebemo-nos e soubemos ler no imenso silêncio de uma noite quente


de verão.


Queria saber eliminar todas as contradições que fragilmente nos


unem...queria saber tornar-te possível na minha vida e traçar um


caminho de sonhos a que pudéssemos chamar nosso...queria, afinal e tão


só, poder contar com você e saber onde te procurar quando o vazio da


tua ausência me enche o peito e a alma como em dias como o de hoje


(todos?...).

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