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segunda-feira, agosto 18

MINHA RUA


Minha rua era tão minha

em sua simplicidade...

Não sei de onde é que ela vinha,

mas ia para a cidade.

Com suas pedras redondas

e duas magras calçadas,

não tinha praia nem ondas,

mas como tinha enxurradas!


Era alegre, era risonha,

tinha orquestra de pardais,e a cantilena enfadonhade mil pregões matinais.

Ali cresci, me fiz mulher ,e a minha rua, coitada...

qual as mães que se consomem,

foi tudo, sem querer nada.

Foi pista dos meus brinquedos,

de jogos de correrias...


Foi dona dos meus segredos viu tristezas, alegrias...

Viu meus passos imprecisos,viu-me garota ,

uma traquinas,e viu-me trocar sorrisos

nas rondas pelas esquinas.

Viu-me também, certo dia,sair da lá, nem sei quando...

Por fora sei que sorria,por dentro estava chorando...

guardei, porém, na lembrança aquele encanto que tinha

a rua em que fui criança,

a rua que foi tão minha...

(Virgílio Moojen de Oliveira)

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