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sexta-feira, dezembro 25



Depois que te vi, vi que o dia


não era o dia, vi que o ar não

sustinha o ar. Vi que não via.

Para que não te vás, não movo

os lábios; para que não te vás,

não tremo as pálpebras; para

que não te vás, a respiração

é tênue, em quietude as plumas

do sangue a que não amanheça

nem anoiteça. E a água aguarde

regalada, absorta, embebendo-se

na própria boca. As coisas não

decifradas é onde bate mais sol.

Maria Carpi



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