Pesquisar este blog

terça-feira, fevereiro 23



Há noites que são feitas dos meus braços

e um silêncio comum às violetas

e há sete luas que são sete traços

de sete noites que nunca foram feitas
Há noites que levamos à cintura

como um cinto de grandes borboletas.

E um risco a sangue na nossa carne escura

duma espada à bainha de um cometa.

Há noites que nos deixam para trás

enrolados no nosso desencanto

e cisnes brancos que só são iguais

à mais longínqua onda de seu canto.

Há noites que nos levam para onde

o fantasma de nós fica mais perto:

e é sempre a nossa voz que nos responde

e só o nosso nome estava certo.

(Natália Correa)

Nenhum comentário: