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terça-feira, julho 13

Te guardei em uma caixa, daquelas bem bonitas. Você está num canto. Não, no esquerdo não. No direito. Cansei de te carregar do lado esquerdo. Quando não é recíproco, a carga pesa. Mas o canto direito também é bonito. Têm flores. Haviam margaridas, mas margaridas me lembram você, sabe-se lá o porque. Então plantei gérberas, que lembram exclusivamente a mim. São minhas favoritas. É, você nunca soube.

Você nunca soube muita coisa a meu respeito. E eu pensando que havíamos sido feitos um para o outro. E você não sabia de nada, não sabe de nada, tampouco das gérberas. Gér-be-ras. Gosto de pronunciar essa palavra. Plantei das laranjas, são as mais bonitas! O laranja une o mais bonito do vermelho e do amarelo...

O calor do sol, o verão, o dia. O dia em que se foi. Pelo jeito tudo lembra você, até o laranja, até as gérberas. Não guardo rancor, já disse. E se eu disse, tenha certeza que usei a sinceridade que levo no bolso, dentro da caixa, mas está em um canto distante do seu. Nem sempre o que colocamos na caixa queremos esquecer... Pode ser que a gente coloque para lembrar. Não quero esquecer. Entre o querer e o não querer é só questão do lugar em que cada um ocupa na caixa. Consegue ouvir daí? Sai som da caixa... E é bonito de escutar!

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