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quarta-feira, setembro 1



Encontrei o segredo, a chave de vidro

das palavras que escrevo; e tenho medo.

Talvez nos campos imensos, onde o lírio floresce,

na margem de rio que abriga, de manhã cedo,

os teus pés de ninfa, num engano de idade,

me tenhas visto à sombra de um rochedo;

e se os teus lábios, entreabertos num torpor

de romã, me tocaram num sonho bêbedo,

deles só lembro, imprecisos, fluxos

de incêndio numa hipótese de amor.



{Nuno Júdice}

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