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domingo, setembro 5

Falo de ti às pedras das estradas,

E ao sol que e louro como o teu olhar,

Falo ao rio, que desdobra a faiscar,

Vestidos de princesas e de fadas;

Falo às gaivotas de asas desdobradas,

Lembrando lenços brancos a acenar,

E aos mastros que apunhalam o luar

Na solidão das noites consteladas;



Digo os anseios, os sonhos, os desejos

Donde a tua alma, tonta de vitória,

Levanta ao céu a torre dos meus beijos!

E os meus gritos de amor, cruzando o espaço,

Sobre os brocados fúlgidos da glória,

São astros que me tombam do regaço!

Florbela Espanca - A mensageira das violetas

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