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sábado, junho 14

PARA UMA AMIGA

Para uma amiga tenho sempre um relógio esquecido em qualquer fundo da bolsa.
Mas esse relógio não marca o tempo inútil.
São restos de tabaco e de ternura rápida.
É um arco-íris de sombra, quente e trémulo.
É um copo de vinho com o meu sangue e o sol.

António Ramos Rosa

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