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sábado, agosto 9

NA ILHA POR VEZES HABITADA


Na ilha por vezes habitada do que somos, há noites,manhãs e madrugadas em que não


precisamos de morrer.Então sabemos tudo do que foi e será. O mundo aparece explicado


definitivamente e entra em nós uma grande serenidade, e dizem-se as palavras que a significam.


Levantamos um punhado de terra e apertamo-la nas mãos. Com doçura. Aí se contém toda a


verdade suportável: o contorno, avontade e os limites. Podemos então dizer que somos livres,


com a paz e o sorriso de quem se reconhece e viajou à roda do mundo infatigável, porque mordeu


a alma até aos ossos dela. Libertemos devagar a terra onde acontecem milagres como a água, a


pedra e a raiz.Cada um de nós é por enquanto a vida. Isso nos baste.

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