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sexta-feira, dezembro 25


Aos que deixam as chaves em cima da mesa... aos que voltam... e aos que esperam...

De onde me chegam estas palavras?

Nunca houve palavras para gritar a tua ausência

Apenas o coração

Pulsando a solidão antes de ti

Quando o teu rosto dóia no meu rosto

E eu descobri as minhas mãos sem as tuas

E os teus olhos não eram mais

que um lugar escondido onde a primavera

refaz o seu vestido de corolas.

E não havia um nome para a tua ausência.

Mas tu vieste.

Do coração da noite?

Dos braços da manhã?

Dos bosques do Outono?

Tu vieste.

E acordas todas as horas.

Preenches todos os minutos.

acendes todas as fogueiras

escreves todas as palavras.

Um canto de alegria desprende-se dos meus dedos

quando toco o teu corpo e habito em ti

e a noite não existe

porque as nossas bocas acendem na madrugada

uma aurora de beijos.

Oh, meu amor,

doem-me os braços de te abraçar,

trago as mãos acesas,

a boca desfeita

e a solidão acorda em mim um grito de silêncio quando

o medo de perder-te é um corcel que pisa os meus cabelos

e se perde depois numa estrada deserta

por onde caminhas nua.

- Joaquim Pessoa -


Há surpresas assim - que nos fazem corar...

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