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segunda-feira, março 22

Quando me mataram,


meu lado não verteu água nem sangue:

eu me verti de mim por essa fenda,

escorri para a terra, debaixo do gelo, ausente.

( Alguém sabia: ela está ali,

e isso era a tua voz na noite.)



E se houver um tempo de retorno,

eu volto.

Subirei empurrando a alma com meu sangue,

por labirintos e paradoxos,

até inundar novamente o coração.



( Terei, quem sabe, o mesmo ardor de antigamente.)



Lya Luft

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