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domingo, agosto 1



Eu olho você grande e distante

e da sua grandeza me comovo

e da sua distância me revolto.

Olho de novo.

Procuro reter em minhas mãos sua figura

mas ela gesticula, oscila e cresce

e numa inconstância distraída

no instante exato

por trás da vida desaparece.

Um desacato.

Do meu desaponto eu me levanto

pra levar embora outro desencanto

mas você me divisa e então me chama.

Me aguarda, reclama e me convida

e minha vida nessa ansiedade por fim entrego.

E nesse amor feito de espuma colorida

nós flutuamos: você borbulha, eu escorrego,

ensaboados, você explode, eu me desintegro.

Flora Figueiredo

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